Livro: Meu filho tem autismo, e agora?


O lançamento da M.books deste mês mostra como implementar várias rotinas e fundamentos de sono, alimentação e higiene em apoio à criança autista.
Um livro prático que será uma leitura essencial e capacitadora para cada pai ou mãe cujo filho recebeu o diagnóstico de autismo recentemente ou para aqueles que ainda tentam descobrir por onde começar, para ajudar seus filhos.
A autora relata que ao saber do diagnóstico, os pais buscam ajuda e suporte para que tenham força para cuidar de seus filhos pois a maioria se sente aterrorizada e toda a vida da criança passa na frente de seus olhos.
Este livro conciso e realista permitirá que os pais retomem o controle da situação e dêem os primeiros passos práticos para uma vida calma e feliz com seu filho recém-diagnosticado.

Pesquisa monitora o cérebro de crianças com problemas de conduta e descobre: elas reagem menos à dor alheia

Estudo sugere que atividade cerebral de crianças pode ser vista como fator de risco para desenvolvimento de psicopatia na idade adulta
Pesquisadores mostram que, em crianças agressivas e violentas, as áreas
cerebrais responsáveis pela empatia são menos ativadas pelo sofrimento alheio.
(Thinkstock)
 
As origens do comportamento cruel apresentado por criminosos e psicopatas pode estar no cérebro. Um estudo publicado nesta quinta-feira no periódico Current Biology monitorou a atividade cerebral de crianças inglesas que apresentavam problemas de conduta. A pesquisa deixou claro que o cérebro dessas crianças, quando são confrontadas com imagens de pessoas sofrendo, reage de maneira diferente da maioria das outras: as áreas associadas à empatia se mostram menos ativas em reação à dor alheia. Diante dos resultados, os cientistas sugerem que a análise da atividade cerebral de crianças ao testemunhar cenas de sofrimento pode ajudar a apontar fatores de risco para o comportamento antissocial e a psicopatia na fase adulta.
 

Jovens com transtorno de conduta apresentam uma série de comportamentos que violam os direitos alheios, como agressão física, crueldade, roubo e falta de empatia em relação às outras pessoas. As crianças com esse tipo de comportamento têm maiores chances de se tornar adultos violentos e ter comportamentos antissociais. Na Inglaterra, onde o estudo foi conduzido, cerca de 5% das crianças parecem ter esse tipo de problema.
 
No novo estudo, os pesquisadores usaram imagens de ressonância magnética para descobrir se o cérebro dessas crianças com desvio de conduta reagia de modo diferente a fotografias de outras pessoas sofrendo. Como resultado descobriram que, em relação às outras crianças, áreas como a ínsula anterior, o córtex cingulado anterior e o giro frontal inferior — todas associadas à empatia — ficaram menos ativas.
 
Segundo os pesquisadores, isso não quer dizer necessariamente que toda criança com problemas de conduta tem a mesma reação ao sofrimento, e nem que qualquer em que demonstre esse tipo de padrão cerebral vá se tornar um adulto problemático — na verdade, a maior parte deixa esse tipo de comportamento para trás durante seu desenvolvimento.
 
"Nossa descoberta indica que crianças com problemas de conduta têm uma resposta cerebral atípica ao ver outras pessoas sofrendo. O importante é ver essas descobertas como um indicador de vulnerabilidade, em vez de um destino biológico. Nós sabemos que crianças são bastante suscetíveis a intervenções, e o desafio é fazer essas intervenções ainda melhores", diz Essi Viding, pesquisadora da University College London responsável pelo estudo.
 
Vulnerabilidade – Os pesquisadores também analisaram as diferenças de comportamento dentro do grupo das crianças com problemas de conduta, separando os indivíduos mais insensíveis e que demonstravam menos emoções. Essa indiferença emocional é uma importante característica dos psicopatas, e sua presença na infância pode ser vista como fator de risco para o desenvolvimento da condição na vida adulta.
 
Os cientistas descobriram que, em relação à dor alheia, o grupo apresentou uma atividade ainda menor na ínsula anterior e no córtex cingulado anterior. "Nossa pesquisa mostra muito claramente o fato de que nem todas as crianças com problemas de conduta têm a mesma vulnerabilidade neurobiológica — algumas podem ser mais vulneráveis à psicopatia, enquanto outras não. Isso traz a possibilidade de adaptarmos as intervenções existentes para se adequar aos perfis específicos que caracterizam as crianças com problemas de conduta", disse Essi Viding.
 
Fonte: Veja 

“Ai, que vergonha…”: Algumas palavras sobre a timidez infantil


A timidez [1] ilustra um padrão de comportamento caracterizado por déficit de relações interpessoais e uma tendência estável e acentuada de fuga ou evitação do contato social com outras pessoas. Este padrão abrange pessoas de todas as idades, muitas vezes iniciando na própria infância. Porém, surpreendentemente recebe atenção insuficiente das famílias, da escola e dos profissionais que trabalham com o público infantil. E nesse caso, nem sempre o tempo se encarrega da reversão do quadro: muitos adultos tímidos já foram crianças socialmente inibidas. Mas afinal, o que é a timidez, quais as medidas preventivas e em que consiste o tratamento? São as questões que serão respondidas neste texto.
 
Tecnicamente, a timidez está categorizada no âmbito dos comportamentos internalizantes, ou seja, comportamentos inadequados que se expressam “para dentro”, tendo como destinatário o próprio sujeito que o emite. A outra categoria, que abrange comportamentos que se expressam para fora (como agressividade, por exemplo), tem como destinatários os demais e, portanto, se torna mais visível aos olhos por perturbar e alterar o meio onde são produzidos.
 
No contexto escolar, ambiente onde alunos com menos agitação motora e que produzem menos barulho são desejáveis para o bom andamento das aulas, as crianças tímidas são muitas vezes elogiadas pelo seu comportamento retraído. Na família, também é possível verificar pais ou avós se vangloriando por terem filhos bem comportados, que não mexem nos pertences alheios ou que não fazem travessuras.
 
Como se pode perceber, a timidez enquanto comportamento internalizante não chama muito a atenção dos demais, visto que o prejudicado é o próprio indivíduo. No entanto, quando o embaraço diante de uma exposição se faz visível aos olhos (como quando uma criança é levada ao quadro para resolver uma tarefa ou quando precisa fazer uma leitura em voz alta perante um público) é que se tem uma dimensão da profundidade do problema. Porém, o alvo do prejuízo comportamental (se o próprio sujeito ou outras pessoas) não determina a gravidade da perturbação. Ou seja, os comportamentos internalizantes não são menos importantes ou menos danosos que os demais: estes também precisam de intervenção profissional para que haja melhor desempenho social e qualidade de vida.
 
Na Psicologia, o grau de dificuldade relacional pode ser classificado de acordo com a motivação para a aproximação e a evitação. Quanto a isso, existem as classificações: baixa sociabilidade, baixa aceitação social, a timidez propriamente dita e o estilo de relação passivo ou inibido.
 
Refere-se à baixa sociabilidade quando se trata de crianças que tem uma baixa motivação de aproximação social; porém, não há necessariamente um alto grau de evitação. São aquelas crianças que preferem estar sozinhas ao invés de acompanhadas. Não há a presença de ansiedade social e, quando exposta a grupos, a pessoa costuma apresentar bom desempenho nas conversações. Nos primeiros anos da infância, uma baixa sociabilidade não costuma ser desadaptativa. No entanto, em fases posteriores, esta baixa sociabilidade é apontada como um risco.
 
Quando há uma baixa frequência de interação social motivada por uma baixa aceitação dos demais, sendo excluídas e/ou esquecidas pelos colegas, tem-se o retraimento por baixa aceitação social. Algo que chama a atenção é que crianças rejeitadas são mais vulneráveis a problemas exteriorizados (como agressão, impulsividades, entre outros), acarretando um risco significativo ao desenvolvimento infantil e à sociedade.
 
Por outro lado, a timidez propriamente dita envolve aquelas crianças que estão motivadas à aproximação, mas também à evitação. Ou seja, elas gostariam de interagir com os outros, mas acabam evitando o contato por determinadas razões, como o excesso de cautela e receio diante de avaliações e desaprovações.
Existe também a categoria de timidez referente ao estilo passivo nas relações interpessoais. Para tanto, é mister abordar a assertividade, termo que se refere à expressão direta dos próprios sentimentos e a defesa dos próprios direitos pessoais, sem ferir ou negar os direitos dos outros. Neste âmbito, observa-se que as pessoas tímidas costumam agir de forma passiva nas relações interpessoais. Ou seja, há a violação de seus próprios direitos pela dificuldade ou impossibilidade de expressar sentimentos, pensamentos e opiniões. Assim, a pessoa se anula perante os outros, mesmo tendo o direito de se posicionar e de se mostrar aos demais.
 
Uma pessoa passiva, portanto, é uma pessoa dita inibida, introvertida, que muitas vezes se frustra por não conseguir atingir seus objetivos. Sem expressão, os outros se adiantam em resolver seus problemas ou a decidir por elas. Temendo deteriorar a relação com os outros (ou de ser mal compreendida), adota comportamentos de submissão, esperando que as outras pessoas percebam suas próprias necessidades e anseios. Como se pode observar, este tipo de comportamento tem como objetivo apaziguar os outros e evitar conflitos. Assim, esquivar ou fugir dessas situações ansiógenas é muito cômodo, o que favorece a manutenção do quadro.
 
Acompanhando estas linhas, o leitor pode constatar que crianças passivas são facilmente presas de pessoas mal intencionadas, havendo risco de serem avassaladas ou ameaçadas pela ausência ou deficiência da expressão. Assim, poderão ser manipuladas e controladas pelos demais e não defenderão seus próprios direitos e anseios. Ou seja, poderão aceitar brincar de um jogo que na verdade não gostam, comportar-se em discordância com seus valores e opiniões para evitarem a exclusão social, entre outros exemplos.
 
Dessa forma, a timidez pode ser constatada a partir da observação e da comparação com os demais colegas. Por exemplo, os tímidos costumam se manter mais quietos em comparação aos outros colegas, não tiram dúvidas em sala de aula, não começam nem mantém diálogos com os demais, passeiam sem cumprimentar os transeuntes (geralmente, com postura evitativa, olhando para baixo), em atividades grupais costumam ficar calados e acatarem as opiniões dos demais. Ficam mais solitárias e, quando não, interagem bem menos do que seria possível.
 
Muitas vezes, tais comportamentos são acompanhados de níveis significativos de ansiedade, medo, preocupações e pensamentos negativos diante de contextos interpessoais que impliquem avaliação dos demais (como ler em voz alta, resolver um problema no quadro, fazer uma apresentação na feira de ciências, por exemplo). Com a ansiedade, pode haver tremores, suor nas extremidades, gaguejos, rubor, náuseas ou calafrios. Assim, com estas sensações aversivas, muitas vezes a criança pode evitar o contato social e seus efeitos colaterais, assim como a exposição e as avaliações sociais. Ao passo disso, a timidez afeta também o autoconceito, a autoestima e o senso de eficácia.
 
Manifestando-se na infância, mas sem reversão do quadro, as dificuldades são passadas para as fases posteriores do desenvolvimento, muitas vezes mais graves. Já na fase adulta, as então crianças tímidas provavelmente terão dificuldades com autoestima, no mercado de trabalho e também no âmbito afetivo-sexual. Sem posicionarem-se adequadamente, aceitarão o que de fato não querem (como uma relação afetiva sem perspectivas), submeter-se-ão a situações aversivas por não conseguirem resolver problemas (como a um chefe coercitivo, por exemplo), assim como também poderão ter dificuldades em fazer amizades.
 
Como qualquer outro comportamento, o critério para que um padrão seja considerado um problema é haver prejuízo em algum âmbito da vida. Assim, se a timidez passa de um “charme” ou uma maneira reservada de interagir para algo que prejudica a socialização e/ou o desempenho acadêmico, recomenda-se procurar ajuda profissional. Dessa forma, evita-se o agravamento do quadro para Fobia Social e também para prejudica as outras fases do desenvolvimento.
 
A título de ilustração, algumas medidas recomendadas para abordagem de retraimento social são as práticas desportivas e as atividades artísticas. Por exemplo, o teatro desenvolve a expressão corporal, emocional e a fluência verbal através da exposição. No âmbito de tratamento, nas terapias comportamentais existem técnicas que aprimoram o repertório social, ao mesmo tempo em que são trabalhados os comportamentos privados (pensamentos) e as emoções, como a ansiedade. Alguns exemplos são o Treino de Habilidades Sociais e os exercícios de relaxamento. Assim, com a psicoterapia, a criança tímida pode aprender repertórios mais adaptativos de interação social e, assim, favorecer o seu desenvolvimento psicossocial e afetivo.
 
[1] O termo timidez tecnicamente é chamada de retraimento social, mas também tem várias outras denominações, como inibição e introversão. Neste texto, estes termos serão utilizados sem distinção de significados
Juliana de Brito Lima é Psicóloga (CRP 11ª/05027), formada pela Universidade Estadual do Piauí e especializanda em Análise Comportamental Clínica pelo Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento – IBAC. É membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental – ABPMC. Atua como psicóloga clínica em Teresina-PI (Clínica Lecy Portela, onde atende criança, adolescente e adulto), realizando orientação online através do Instituto de Psicologia Aplicada – InPA. Também atua como psicóloga forense no Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, na Comarca de Caxias. Atuou como pesquisadora no Núcleo de Análise do Comportamento da Universidade Federal do Paraná/ NAC-UFPR (linha de pesquisa “Desenvolvimento da criança e do adolescente em situações adversas”) e atualmente está vinculada ao Laboratório de Neurociências Cognitivas da Universidade Estadual do Piauí- UESPI. Contato: juliana@inpaonline.com.br.
 

Fazer mais refeições no dia - e em pratos menores - evita a obesidade infantil

(Thinkstock)
 
Segundo dois novos estudos, esses hábitos estão ligados a uma menor ingestão de calorias, a um peso corporal mais baixo e a menos chances de obesidade e sobrepeso entre crianças
 
O risco de uma criança se tornar obesa pode ser menor caso ela faça mais refeições ao longo do dia e coma em pratos com um tamanho menor. Essas são as conclusões de dois estudos publicados nesta segunda-feira na revista médica Pediatrics. Uma das pesquisas, feita na Universidade de Harokopio, na Grécia, concluiu que crianças que costumam comer mais do que três vezes por dia, em comparação com as que se alimentam com menos frequência, são 22% menos propensas a ter sobrepeso ou obesidade. O outro trabalho, desenvolvido na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, observou que crianças que se servem sozinhas na hora de comer pegam mais comida – e consomem mais calorias – se o prato for grande.
 
A pesquisa da universidade grega se baseou em onze estudos feitos anteriormente sobre alimentação infantil que envolveram aproximadamente 19.000 crianças e jovens de 2 a 19 anos de idade. Os autores, então, compararam os dados das crianças que se alimentavam com mais frequência aos daqueles que comiam com menos vezes em um dia. Segundo o estudo, de maneira geral, crianças que comiam três vezes ou mais por dia pesavam menos do que aquelas que faziam três refeições ou menos diariamente. Essa relação foi forte especialmente entre os meninos, mas os pesquisadores não conseguiram explicar o motivo dessa diferença entre gêneros.
 
A conclusão, afirmaram os autores, reforça a teoria de que comer pouco por refeição, mas várias vezes por dia, pode ser melhor para o controle do peso. Porém, é preciso tomar cuidado com esses resultados, já que eles não autorizam que uma criança que consome muitas calorias por refeição, mas que come com pouca frequência, passe a fazer lanches no meio do dia sem reduzir a quantidade do que ingere.
 
Tamanho importa — A pesquisa feita na Universidade da Pensilvânia analisou 41 crianças com idades de seis a sete anos. Elas puderam, por duas vezes, se servir da maneira que quisessem na hora do almoço. Em uma das vezes, as crianças receberam um prato pequeno e, na outra, um prato grande. As opções de alimentos incluíam massa, carne, vegetais e pães.
 
De acordo com o estudo, as crianças se serviam com 90 calorias a mais quando tinham um prato grande – mas apenas consumiam metade dessas calorias extras. Para os pesquisadores, tanto o tamanho maior do prato quanto o fato de as crianças terem se servido sozinhas aumentaram a propensão de elas se servirem com – e comerem – mais calorias. O índice de massa corporal (IMC) de cada criança não determinou se ela pegaria mais ou menos comida.
 
Fonte: Veja

''Metade das Mulheres com Depressão Pós-parto já Apresentava Sintomas durante a Gravidez''' , Segundo Pesquisa

Thinkstock
Cerca de metade das mulheres que têm depressão pós-parto já apresentava sintomas durante a gravidez. A conclusão é de uma pesquisa feita com pacientes atendidas no setor público em São Paulo e publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria.
O levantamento contou com 831 gestantes, com idade média de 25 anos. Desse total, 219 apresentaram sintomas depressivos depois do parto, ou seja, uma em três pacientes. O trabalho é de autoria dos médicos Alexandre Faisal-Cury, blogueiro do UOL, e Paulo Rossi Menezes, ambos da Universidade de São Paulo (USP).
 
A depressão durante a gravidez e no pós-parto tem implicações não só para a mãe, que apresenta risco de suicídio, como também para o bebê. O problema eleva o risco de nascimento prematuro e de baixo peso ao nascer, além de poder prejudicar o desenvolvimento cognitivo do recém-nascido. Condições socioeconômicas desfavoráveis, falta de suporte social e problemas conjugais são associados ao problema, segundo os pesquisadores.
 
A proporção de mulheres com depressão pós-parto que já apresentavam sintomas durante a gravidez varia muito entre países onde o tema já foi pesquisado. Na Inglaterra, chega a 56%, enquanto que na Austrália é de 36%, e nos EUA, de 39%.
 
As mulheres que participaram do estudo foram acompanhadas desde o início do pré-natal até um ano e meio após o parto. Três quartos delas viviam com o parceiro. O salário médio das famílias era de US$ 440. Pouco mais da metade era branca e tinha mais de oito anos de educação.
 
Das 219 mulheres com depressão pós-parto, 109 já haviam apresentado sintomas durante a gravidez. De acordo com a análise, quanto maior o nível de educação, de contatos com vizinhos e de planejamento da maternidade, menor o risco de ter os sintomas. Já mulheres na terceira gravidez em diante e que já haviam sofrido abortos se mostraram mais propensas.
 
Embora o estudo tenha apontado uma relação significativa entre as condições socioeconômicas e o transtorno, Faisal acredita que a depressão pós-parto varia conforme o contexto da mulher. "Problemas econômicos e sociais fazem muito sentido para gestantes da rede pública. Na gestante com melhor nível social, os conflitos tem a ver com a questão da maternidade, conflito profissional, imagem corporal, vínculo mãe-filha etc.", comenta.
 
"A depressão pré e pós-natal é altamente prevalente na atenção primária, e profissionais de saúde devem ser treinados para realizar intervenções simples e eficazes o mais precocemente possível", concluem os pesquisadores no trabalho.
Remédios
 
Mas será que ginecologistas e obstetras estão preparados para fazer o diagnóstico de depressão? "Na minha opinião, poucos perguntam sobre o humor na consulta e muitos temem tratar com drogas", comenta Faisal. Segundo ele, estudos americanos mostram que dois terços dos profissionais fazem o diagnóstico com tranquilidade, mas não gostam de tratar o problema.
 
O ginecologista explica que, em casos leves, apenas a terapia pode trazer resultados satisfatórios. Já em casos moderados ou graves, é necessário considerar o uso de antidepressivos. Neste caso, ele explica, é preciso considerar riscos e benefícios. Existe uma chance, ainda que pequena, de o remédio causar alguma malformação no bebê. Porém, não tratar a depressão aumenta o risco de prematuridade e de baixo peso ao nascer, que também são condições de risco para a criança.
 
O importante, segundo o médico, é que as pessoas tenham consciência de que o problema é comum e o assunto deve ser discutido com as pacientes e seus familiares.
 

Estudo diz que Tempo Vendo TV ''Não gera Mau Comportamento em Criança''

 
Passar horas diariamente em frente à TV ou jogando no computador não prejudica o desenvolvimento social da criança, dizem especialistas.
Após um estudo envolvendo mais de 11 mil alunos de escolas primárias britânicas, a equipe do Medical Research Council (MRC, órgão governamental britânico que faz pesquisas na área de saúde) concluiu que não é correto associar o mau comportamento das crianças com o tempo que passam vendo TV ou se divertindo com os jogos.
 
Embora os pesquisadores tenham encontrado uma pequena relação entre ver TV e problemas de conduta, eles dizem que outros fatores, como a educação recebida dos pais, por exemplo, provavelmente explicam esse vínculo.
 
Ainda assim, eles recomendam que os pais "limitem o tempo passado em frente às telas".
O conselho se deve ao fato de que passar muito tempo em frente à TV todos os dias pode reduzir o tempo que a criança passaria fazendo outras coisas importantes, como brincando com amigos e fazendo lição de casa.
 
,p>O estudo, liderado pela especialista Alison Parkes, aparece na publicação científica "Archives of Diseases in Childhood".
 
Outros estudos realizados recentemente encontraram associações entre tempo passado em frente à TV e computador e a obesidade infantil.
 
E pesquisas feitas nos Estados Unidos sugerem que assistir TV no início da infância pode provocar distúrbios de atenção aos sete anos de idade.
 
Pediatras americanos recomendam que crianças assistam menos de duas horas de programas educacionais, não violentos, por dia.
 
Entretenimento
Como parte do estudo britânico, a equipe do MRC pediu a mães de diversas situações socioeconômicas que fornecessem detalhes sobre o comportamento de seus filhos e o presença da TV e de videogames em suas rotinas diárias.
 
Quase dois terços (65%) das 11.014 crianças participantes - todas com cinco anos de idade - assistiam entre uma e três horas de TV por dia, 15% assistiam mais de três horas e menos de 2% não assistiam televisão.
 
Com o passar do tempo, os pesquisadores observaram que crianças que haviam assistido mais de três horas de TV por dia aos cinco anos apresentaram um índice ligeiramente maior de problemas de conduta aos sete anos.
 
Após completar sete anos, esse grupo de meninos e meninas apresentou uma tendência um pouco maior de entrar em brigas, contar mentiras e intimidar os colegas do que as outras crianças - segundo os relatos de suas mães.
 
O tempo passado jogando no computador não pareceu influenciar o comportamento das crianças.
 
A equipe britânica também não encontrou relação entre tempo passado em frente à TV ou outros tipos de telas e outras questões, como hiperatividade ou problemas de interação com amigos.
 
Parkes, chefe da unidade de ciências sociais e de saúde pública do MRC, disse que era errado culpar a TV por problemas sociais das crianças.
 
"Não encontramos efeitos do tempo em frente à TV sobre a maior parte dos problemas sociais e de comportamento que observamos e apenas um efeito pequeno sobre problemas de conduta, como brigas e intimidações."
 
"Nosso trabalho indica que é improvável que limitar a quantidade de tempo que as crianças passam em frente à TV, por si só, melhore o ajustamento psicosocial."
 
A especialista disse que intervenções focadas sobre a dinâmica familiar e a criança têm mais probabilidade de fazer alguma diferença, e que muito pode depender de o que a criança está assistindo e se elas são supervisionadas por adultos enquanto assistem.
 
Debate
Sonia Livingstone, professora de psicologia social da London School of Economics, de Londres, disse que as conclusões do estudo são uma boa oportunidade para que nos perguntemos "por que algumas crianças passam tanto tempo assistindo televisão".
 
Outra especialista, Annette Karmiloff-Smith, do Birkbeck College, sugeriu que em vez de nos atermos aos efeitos adversos da TV e dos videogames, seria melhor investigarmos que impacto positivo eles poderiam ter sobre as crianças.
 
E o professor Hugh Perry, presidente do comitê de neurociências e saúde mental do MRC, disse: "Vivemos em um mundo cada vez mais dominado por entretenimento eletrônico e os pais estão naturalmente preocupados com o impacto que isso pode ter sobre o bem estar e a saúde mental das crianças".
 
"Esse importante estudo sugere que o relacionamento entre TV e videogames e a saúde é complexo e influenciado por muitos outros fatores sociais e ambientais."
 
Fonte: Globo.com

Crianças sabem mentir já aos dois anos

Linda/Shutterstock
 
Logo aos dois anos as crianças já são capazes de mentir, afirma artigo escrito pela psicóloga da Universidade Brock, Angela Evans, em parceria com Kang Lee, pesquisador da Universidade de Toronto, ambas do Canadá.

Publicado na edição de janeiro da Developmental Psychology, o estudo com 41 crianças de dois anos e 24 de três, contrariou hipóteses anteriores de que só entre o terceiro e quarto ano de vida que se começa a mentir.

O experimento colocou os pequenos em uma situação tentadora: primeiro, escutavam os sons de um brinquedo e, sem poder vê-lo, deviam tentar adivinhar qual era. Em seguida, sem revelar de qual se tratava, o pesquisador saía da sala, vigiada por uma câmera oculta, e pedia que, durante sua ausência, a criança não espiasse o brinquedo. Dentre as voluntárias, 80% desobedeceram a ordem e espiaram. Dessas, 25% das mais jovens mentiram durante o teste. Entre as mais velhas, metade não disse a verdade. Apesar disso, destacam os cientistas, as crianças mais jovens não conseguiram manter a mentira ao serem de uma sequência de perguntas sobre o ocorrido.

Para Angela, a mentira das crianças durante a experiência se deu por conta de um arrependimento por terem desobedecido a ordem, não por buscarem iludir os adultos.

O experimento permitiu também que os pesquisadores analisassem a capacidade cognitiva necessária para contar uma mentira, relacionando-a ao desenvolvimento cerebral. Segundo os autores, os resultados indicam que mentirosos precoces têm habilidades avançadas de compreensão e raciocínio, considerando o quão complexo pode ser o ato de reinventar uma situação passada.

Diagnóstico Falho ou Tardio para Autismo é Comum, porque é Fácil confundi-lo com Várias Doenças

 
São Paulo – Uma criança que não se relaciona bem com as outras e que não atende aos chamados dos pais apresenta características semelhantes às do autismo, mas esse isolamento pode significar outros problemas, alerta a psicomotricista Eliana Rodrigues Boralli Mota. Na Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma), uma entidade sem fins lucrativos localizada na zona norte da capital paulista, Eliana atendeu, por exemplo, uma criança diagnosticada como autista, mas que sofria, na verdade, de deficiência auditiva.
Desde que fundou a Auma, há 25 anos, Eliana já orientou muitos pais que receberam diagnóstico errado de seus filhos. Um dos alunos atualmente atendido pela associação chegou com diagnóstico de autismo e de surdez e por isso usava um aparelho auditivo. A psicomotricista conta que suspeitou do diagnóstico e descobriu que ele não tinha problema auditivo algum. “O aparelho só sacrificava a vida da criança, tornava o mundo [mais] barulhento, infernal para ele, [já que] usava o aparelho sem necessidade”.
 
A diretora da entidade, Rosy Pomeranclblum, lembra-se de como foi difícil a chegada do garoto à associação. “Ele chegou aqui nervoso, enlouquecido, usando o aparelho auditivo. Imagina ampliar os sons [e sem ser surdo]”. Segundo ela, é muito difícil o diagnóstico de autismo e os próprios psiquiatras têm dificuldade. Além da surdez, explica Eliana, o autismo pode ser confundido com outras síndromes, traumas ou psicoses. Segundo ela, não existe nenhum exame clínico que diagnostique o transtorno de forma segura. “O diagnóstico é baseado na observação comportamental.
 
Há uma relação de características que determinam se a pessoa é ou não portadora de Transtorno Invasivo de Desenvolvimento [TID], em que o autismo está inserido”.
 
Outro problema é a demora em reconhecer o autismo. Carlos Roberto Aragão, supervisor de almoxarifado, tem um filho autista de 10 anos chamado Diego. Ele conta que teve ajuda da associação para chegar ao diagnóstico. “No início, eu percebia que ele era diferente das outras crianças, porque não se enturmava. Ele ficava sempre separado, brincando sozinho”.
 
Para tentar ajudá-lo a interagir com outras crianças, Carlos matriculou o filho em uma escola regular, quando tinha 3 anos de idade. O menino ficou ali por um ano, mas o ensino não surtiu efeito e os professores também não perceberam os sinais de autismo. Com 4 anos, ele foi levado à Auma, onde foi orientado, recebeu o diagnóstico correto e passou a frequentar as aulas.
 
Hoje, Carlos avalia que o desenvolvimento do filho tem avançado, ainda que de forma lenta. “É tudo muito demorado, muito lento. Quando você convive diariamente, se acostuma, é difícil perceber [o desenvolvimento]. Mas tem gente que viu ele há algum tempo, vê agora [e percebe] muita diferença”.
 
A própria Eliana já passou pelo sofrimento de receber o diagnóstico. Ela tem uma filha de 27 anos, a Natália, que é autista. “Nesse dia, eu morri. Morri por um ano. Tive a sensação de que o mundo tinha desabado e eu não conseguia sair de debaixo dos escombros. Chorei muito, fiquei deprimida e só continuo existindo porque o amor que tenho pela minha filha é e sempre será maior do que a dor que sinto”.
 
Ela também precisou enfrentar a dificuldade de obter o diagnóstico correto para Natália. “Naquela época, o diagnóstico ainda era uma coisa assombrosa, difícil de se alcançar”, recorda. Atualmente, o encaminhamento para o diagnóstico pode ser feito por pediatras, neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e educadores. O laudo de autismo para finalidades jurídicas, porém, pode ser emitido apenas por médico psiquiatra.
 
Fonte: Portal EBC

Cartilha orienta familiares de pacientes com autismo e profissionais de saúde

 
Familiares de pacientes com autismo e profissionais do Sistema Único de Saúde já podem contar com uma cartilha para qualificar o atendimento a essas pessoas. O material foi lançado pelo Ministério da Saúde durante o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, lembrado no último dia dois de abril.
A cartilha mostra uma tabela de indicadores de desenvolvimento infantil, sinais de alerta e cuidados à saúde.
Marina Kupfer, membro do departamento de psicanalise da USP, Universidade de São Paulo, reconhece a importância da cartilha para aprimorar a assistência às pessoas com autismo. "É um documento que realmente estabelece as bases para esse atendimento. E aí com is so, as famílias tem agora um documento. Elas se reconhecem nesse documento. Existe uma linha, existe um lugar no qual a criança ou a pessoa com autismo tem referência que não existia e hoje ela existe".
Diagnosticos precoce
A cartilha para qualificar o atendimento a pessoa com autismo também traz orientações sobre o diagnóstico precoce. De acordo com a coordenadora do movimento do autismo, psicanálise e saúde pública, Claudia Mascarinhos, quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor.
"Porque a gente sabe hoje em dia, cientificamente que ao serem detectados sinais de risco de evolução para o autismo, a gente tem muitas vezes como desviar esse caminho.
Algumas das crianças não desenvolvem essa patologia. E outras crianças minimizam os efeitos prejudiciais dessa patologia se a gente detecta precocemente esses sinais de risco e a gente intervém nesse momento".
LOC/REPÓRTER: As cartilhas feitas para facilitar o diagnóstico do autismo em crianças de até três anos serão distribuídas em todo o Sistema Único de Saúde. A iniciativa faz parte do plano Viver Sem Limites do Governo Federal.
Somente no ano passado, foram encaminhados quase 900 milhões de reais para qualificar a assistência à saúde da pessoa com deficiência. (Web Rádio Saúde/Agência Saúde)
Fomte: A Crítica

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Disciplina severa pode ser positiva para a criança, diz estudo

Foto: Getty Images
Ser um pai rigoroso é bom para as crianças, desde que a disciplina seja acompanhada de amor e carinho. Um estudo feito com adolescentes, divulgado pelo jornal Daily Mail, descobriu que os efeitos de uma disciplina severa, como broncas verbais e até palmada, não são negativos quando compensados pela sensação de ser amado. Segundo os pesquisadores, ser punido durante a infância dificilmente leva a um comportamento antissocial, desde que a criança perceba que a bronca é justa.
O uso de disciplina severa em jovens é algo controverso, pois já foi apontado que isso poderia levar a um risco maior de tendências agressivas, delinquência e hiperatividade. No entanto a nova pesquisa publicada no jornal Parenting: Science and Practice sugere que uma bronca ou um tapa podem ser moderados por um sentimento de ser amado por quem exerce a punição.
O estudo foi realizado com um grupo de adolescentes mexicanos-americanos e descobriu que a percepção de calor maternal desencorajava comportamentos antissociais, mesmo quando os pesquisados tinham sido criados sob disciplina rígida. A médica Miguelina German, da Escola de Medicina Albert Einstein, em Nova York, explica que a “teoria do apego” prega que esse sentimento de um pai amoroso e responsável é um fator crítico para gerar felicidade e segurança nas crianças. A ideia de que os pais as amam e protegem protege as crianças contra o sentimento de rejeição, mesmo quando estão sendo disciplinadas duramente.
Segundo a especialista, o uso de disciplina rígida não leva automaticamente a um comportamento antissocial. "A relação entre os dois é condicional e está sujeita a outros fatores. Onde práticas disciplinares severas são uma norma cultural, há sempre outras influências em jogo, que pode diminuir seus danos potenciais sobre a criança", defende.
Pesquisas anteriores já haviam sugerido que crianças criadas sob uma disciplina severa têm mais chances de se tornarem adultos ajustados. Segundo os estudos, pais que mantém um comportamento “autoritário”, mas ao mesmo tempo carinhoso, costumam criar adultos mais competentes.
 
Fonte: Terra

Diferenças comportamentais entre meninos e meninas


Desde a infância é fácil perceber as diferenças entre o comportamento de meninos e meninas. Os meninos geralmente estão correndo, competindo, lutando e fingindo que matam. As meninas costumam ficar reunidas sentadinhas, dividindo seus brinquedos e conversando. Mais de uma década se passa e a cena não muda muito. Os homens continuam competindo (no baralho, no video-game) e correndo (geralmente atrás de uma bola). Já as mulheres ficam reunidas, falando sem parar (e todas ao mesmo tempo).

A ciência explica essas diferenças de forma muito interessante. Além da influência ambiental e cultural (em que meninos são estimulados a determinados comportamentos e meninas a outros), existe a herança biológica que acompanha a evolução da nossa espécie. Esse fator explica muitas das diferenças no funcionamento cerebral de homens e mulheres, constatadas através de equipamentos de mapeamento computadorizado.

Resgatando nossa história, observamos papéis totalmente diferentes entre os homens e as mulheres. Eles cuidavam do sustento da família, caçando e enfrentando os perigos da selva. Elas cuidavam da proteção das crias, garantindo a perpetuação da espécie. Hoje, milhões de anos já se passaram e sabemos que os papéis dentro da família mudaram muito. Mas nosso cérebro ainda apresenta alterações que foram desenvolvidas aolongo desses milhões de anos. Veja alguns exemplos: o homem tem um ótimo senso de direção, além de uma visão excelente a longa distância (ambos necessários para a caça). A mulher parece ter um radar que detecta qualquer alteração de humor, além de ter uma visão periférica muito mais aguçada que a do homem (características necessárias para o cuidado dos filhos). Isso ajuda a entender porque seus filhos homens não encontram absolutamente nada na geladeira,na gaveta ou em cima da mesa. Além disso, durante a caça, os homens passavam horas seguidas em silêncio, à espera da presa. Enquanto isso, as mulheres se reuniam em grupos com outras mulheres e crianças. Isso alterou significativamente o funcionamento cerebral em relação à comunicação. As meninas levam mais de dez minutos para contar como foi a festa de ontem, enquanto os meninos utilizam uma única palavra ("bom").A mulher gasta, me média, de 6.000a 8.000palavras por dia, enquanto o homem gasta apenas de 2.000a 4.000!

Expressar emoções é outro ponto bastante divergente entre meninos e meninas. Elas têm muito mais facilidade para isso. O homem carrega como herança genética a necessidade de ser valente e esconder fraqueza. Isso dificulta bastante dizer "te amo" ou "estou magoado com você".

Portanto pais, se vocês costumam se desgastar com preocupações sobre o fato de que seu filho mal fala com você ou não demonstra sentimentos, saiba que ele não é o único! Se sua filha gasta horas no telefone e não cansa de falar, ela simplesmente está agindo como a maioria das meninas! Entender essas diferenças nos ajuda a aceitar conviver com elas!
Por Carina Paula Costelini
Fonte:
Instituto Innove

Dificuldades alimentares na infância podem levar a problemas psicológicos

Ser forçado a comer de maneira coerciva pelos pais pode afetar o desenvolvimento psicológico e facilitar casos de depressão e até delinquência
(Thinkstock)
 
Mais da metade das mães brasileiras acredita que o filho não come bem. Em um levantamento feito com 947 mães brasileiras de crianças entre 3 e 10 anos, descobriu-se que 51% delas diziam ter filhos com dificuldades alimentares. Essa dificuldade da criança para se alimentar pode estar relacionada a alguma condição médica ou a problemas comportamentais. Em ambos os casos, há riscos de déficit nutricional que, em casos severos, podem prejudicar o desenvolvimento na infância. Quando o problema é comportamental, no entanto, os riscos podem ser ainda mais amplos. Pesquisas internacionais demonstram que crianças que são forçadas a comer, que são extremamente seletivas ou que desenvolvem um sentimento de medo em relação à alimentação, têm mais chances de apresentar problemas psicológicos, como depressão e delinquência, quando chegam à adolescência.
 
A situação é agravada por um problema estrutural na medicina: nenhum pediatra sai da faculdade com o treinamento necessário para reconhecer essas dificuldades, muito menos para orientar os pais. Das mães ouvidas no levantamento brasileiro, 70% procuraram um pediatra para resolver o problema, mas apenas 11% disseram ter obtido uma orientação satisfatória. "O pediatra não recebeu, dentro da faculdade e da residência, um treinamento adequado para diagnosticar e tratar esse tipo de problema", diz Mauro Fisberg, pediatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e um dos responsáveis pelo levantamento. Os números brasileiros não são uma exclusividade. Segundo os especialistas, os resultados encontrados aqui refletem uma tendência mundial.
 
Por isso é importante saber o que fazer com filhos que relutam em comer. As dificuldades alimentares da infância costumam ter início na fase em que a criança tem contato com alimentos pastosos — por volta dos seis meses, quando as papinhas são introduzidas na dieta. Entre dois e três anos, a criança enfrenta também uma oscilação natural de apetite. A reação dos pais a esse comportamento de rejeição ao alimento pode ser fundamental na maneira como ela passará a enxergar o ato de se alimentar. "Não adianta colocar uma pressão enorme nas costas da mãe dizendo que a criança precisa comer mais. Isso pode ter resultados piores do que uma deficiência nutricional", diz Benny Kerzner, gastroenterologista pediátrico do Children’s National Medical Center, em Washington, nos Estados Unidos. Responsável pela implementação da Divisão de Gastroenterologia e Nutrição do Centro, Kerzner viaja pelo mundo dando treinamento em nutrição infantil, e falou ao site de VEJA durante sua passagem pelo Brasil.
 
De acordo com Kerzner, nos casos mais conhecidos (e dominados) pela medicina, o problema alimentar da criança pode ter raízes orgânicas, como a disfagia (problemas de deglutição) ou mesmo uma deficiência cardíaca. Quando causas fisiológicas são descartadas, é preciso investigar a sério as questões comportamentais. "Quando a mãe diz que há um problema, o pediatra tem que encarar que há, de fato, um problema", diz Kerzner.
 
Fonte: Veja

Ver TV por mais de três horas diárias pode aumentar risco de comportamentos antissociais em crianças


De acordo com pesquisadores, esse risco, porém, é muito pequeno, e não se aplica a computadores ou jogos eletrônicos
 
Crianças que ficam três ou mais horas diárias na frente da televisão apresentam um risco maior de desenvolver comportamentos antissociais, como brigar. Mas, de acordo com os autores de um estudo publicado online nesta segunda-feira no periódico Archives of Disease in Childhood, esse risco é muito pequeno. Eles também afirmam que o tempo passado em atividades como jogos eletrônicos e de computador não influencia o comportamento das crianças.
 
Para estudar o impacto do excesso de tempo vendo TV, os pesquisadores utilizaram informações de 11.014 crianças do Reino Unido nascidas entre 2000 e 2002. As mães dessas crianças responderam questionários sobre o comportamento dos filhos, abordando temas como sintomas emocionais, problemas de atenção, dificuldades em fazer amigos e preocupação com outros. Elas também relataram quanto tempo os filhos passavam assistindo televisão, no computador ou em jogos eletrônicos. Essas informações foram dadas quando as crianças tinham cinco anos, e novamente aos sete anos.
 
Aos cinco anos, quase dois terços das crianças assistiam televisão por uma a três horas diárias, enquanto 15% assistiam por mais de três horas e menos de 2% não assistiam. Nessa idade, elas passavam menos tempo jogando: apenas 3% passavam três horas ou mais nessa atividade.
 
Risco aumentado – Os autores concluíram que assistir a televisão por três horas ou mais está associado a um pequeno aumento do risco de comportamentos antissociais em crianças de cinco a sete anos. Porém eles não encontraram relação entre o tempo passado em frente à televisão e problemas emocionais ou de atenção.
 
O tempo gasto com jogos também não apresentou impacto. "Isso pode significar que as crianças nessa idade estão menos expostas a jogos eletrônicos ou que os pais impõem mais restrições a este tipo de atividade", escrevem os autores.
 
De acordo com eles, a relação entre o tempo passado em frente a telas e problemas de saúde mental pode ser indireta, ou seja, pode ser derivada do aumento do sedentarismo, dificuldades para dormir e prejuízos no desenvolvimento da linguagem.

Fonte: Veja

Álcool na gestação prejudica desenvolvimento cognitivo da criança

Pesquisa mostrou que o malefício pode se manifestar na idade escolar
Crédito: Shutterstock
 
Todas as mulheres sabem que beber durante a gravidez é totalmente contraindicado. Porém, muitas gestantes ainda deixam de lado essa medida e acabam consumindo algumas doses de álcool, achando que um drink ou outro de vez em quando não faz mal. Mas, faz, principalmente no desenvolvimento futuro da criança.
 
De acordo com uma nova pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, o consumo de álcool durante a gestação pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo das crianças quando estas estiverem em idade escolar.
 
Segundo o estudo brasileiro, as crianças cujas mães admitiram a ingestão de álcool em uma quantidade de três ou mais doses por mais de nove dias durante toda a gestação tiveram pontuação média menor no teste de avaliação cognitiva a que foram submetidas. O estudo apresentado pela psicóloga Luciana Inácia de Alcântara aponta ainda que os meninos, filhos destas mães, apresentaram problemas comportamentais.
 
Essa característica ainda pode gerar muitos problemas de aprendizagem, pois o desenvolvimento cognitivo está relacionado à abstração, atenção, linguagem receptiva, função executiva, concentração, memorização e ao julgamento crítico. “Mesmo em uma amostra relativamente restrita de mães e crianças e, com dados por vezes conflitantes em relação ao consumo de álcool durante a gestação referido pelas mães, associações significativas, mesmo com uso leve e moderado de álcool, foram observadas” conta a pesquisadora.
 
Avaliações
 
Para a realização da pesquisa, a psicóloga Luciana entrevistou pais e cuidadores de 86 crianças entre 8 e 9 anos, cujas mães, em 2001, no terceiro trimestre de gestação, foram questionadas sobre o consumo que faziam de álcool. Essas mulheres frequentavam, na época, um serviço obstétrico da rede pública no município de Ribeirão Preto.
 
Mais recentemente, já com esses filhos frequentando o ensino fundamental, os pais ou cuidadores foram submetidos ao teste chamado Child Behavior Checklist (CBCL 6-18 anos), que permite que se avalie saúde mental de crianças por meio de perguntas feitas aos pais. Já a avaliação cognitiva das crianças, iniciada em agosto de 2009 e finalizada em outubro de 2010, visava estimar a capacidade de raciocínio geral delas e foi feita por um teste individual e não-verbal, comumente aplicado entre os 3 anos e 6 meses e 9 anos e 11 meses de idade.
 
Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrid) de 2005, 5,7% das mulheres consomem bebida alcóolica, e um estudo publicado em 2007 pelo grupo da pesquisa em Ribeirão Preto apontou que 22% das mulheres fazem uso de álcool durante a gravidez.
 
Fonte: Uol