Para pais, TV pode ser educativa

Mãe de duas meninas – Isadora, de 8 anos, e Eleonora, de 6–,aprodutora cultural Marta Russo Friedericks, de 47 anos, sempre procurou estimular as filhas com as mais diversas atividades. Desde pequenas, elas frequentam o teatro, vão a shows de bonecos, escutam todo tipo de música e gostam de atividades ao ar livre.

“Agente procura mostrar alternativas e apresentar as atividades para elas degustarem e, depois, escolherem do que gostam. Assim, vão criando um repertório”, observa.

Os programas educativos de televisão, principalmente de emissoras como TV Cultura, TV Futura e Discovery Kids, também fazem parte do cotidiano das garotas.O tempo no sofá, porém, é limitado.“A tecnologia facilita o aprendizado, com a imagem, a música e a cor. Mas sempre orientei minhas filhas sobre o que deveriam assistir e tenho o cuidado de não deixá-las a sós em frente à televisão.”

Para a gerente de comunicaçãoClaudia Fernandes Carlucci, de 31 anos, a televisão pode ser um instrumento educativo interessante, desde que os pais estejam por dentro da programação. “Os desenhos de hoje passam muitasinformações, conceitos e valores como cidadania, a importância de respeitar as diferenças, da família, do meio ambiente”, diz Claudia, que é mãe de Breno, 3 anos, e de Davi, 1 ano.

Quando possível, ela assiste aos programas ao lado dos filhos. Assim, pode conversar sobre o conteúdo e ajudá-los a interpretar o que veem na televisão. Para a coordenadora pedagógica Solange Sousa, do Colégio Ofélia Fonseca, a presença dospaisé fundamental.“A criança recebe passivamente as informações se não tiver um adulto educador por perto que faça questionamentos.”

Sobre a constatação de que a maioria dos pais brasileiros consideralevar a criança ao pediatra como o mais importante no desenvolvimento da criança, Claudia atribui o resultado à correria da vidamoderna. “A maioria dos casais trabalha e não tem tempo para brincar. A preocupação é com o bem-estar físico. Lógico, issoé fundamental,masé o princípio básico, é uma preocupação instintiva. A parte afetiva também é fundamental.”

Para Marta, hoje a educação dos filhos está se terceirizando. “Os pais têm de se preocuparem terummomento em família, de conversar, ter atividades de lazer. São momentos que vão marcar a criança. Minhas filhas se lembram com detalhes de todos os passeios.”

Claudia comenta sobre a importância da participação do pai na vida dos filhos. “A mulher, quando fica grávida, já vira mãe. Muitos pais só viram pais quando a criança nasce. Na minha família, isso tem importância. Ainda mais para os meninos, a identificação e interação com o pai é muito grande. É o pai que faz brincadeiras de rolar no chão.”
Fonte: Estadão

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