A hora certa de falar sobre drogas

Psicólogas orientam pais a abordar o tema antes da pré-adolescência para evitar acesso a informações distorcidas.




Antes de conversar, os pais devem estar seguros em relação
à forma de abordagem e, principalmente, ao conteúdo abordado

A maioria dos pais teme que seus filhos tenham experiências com drogas. Apesar disso, o consumo de substâncias ilícitas ainda é visto como um tabu por muitas famílias, que não sabem como, quando e de que forma falar sobre esse assunto com crianças e adolescentes. Psicólogos recomendam uma conversa aberta, franca e esclarecedora para evitar que o herdeiros tenham acesso a informações distorcidas e acabem seguindo modelos equivocados.

Segundo a psicóloga e psicopedagoda Carina Paula Costelini, de Londrina, não existe uma idade certa para falar de drogas com os filhos. ''Entretanto, é importante que isso aconteça antes da pré-adolescência, pois é nesse momento que provavelmente a criança terá acesso a essas informações em outros contextos. É sempre melhor garantir que as informações sejam passadas pelos pais do que correr o risco que cheguem de forma distorcida à criança'', aconselha.
Carina recomenda ainda que os pais fiquem atentos e busquem responder as curiosidades demonstradas pelos filhos em qualquer faixa etária. ''Antes de conversar, os pais devem estar seguros em relação à forma de abordagem e, principalmente, ao conteúdo abordado. Se ainda têm dúvidas sobre o assunto, precisam pesquisar, conversar com profissionais, enfim, buscar as respostas para todas as possíveis dúvidas que surgirem, como por exemplo: quais tipos de drogas existem, de que forma são consumidas, quais os efeitos imediatos e posteriores'', enfatiza a psicóloga.

A psicóloga e mestranda em Análise do Comportamento, Simone Oliani, também de Londrina, alerta para o fato de que a maioria dos adolescentes está mais informada sobre o assunto do que seus pais, mesmo não sendo usuários. ''Por isso, amedrontar os filhos com histórias macabras e fazer terrorismo focando com exagero nos efeitos das drogas são comportamentos infrutíferos'', afirma.
 
Simone ressalta que os pais devem iniciar o trabalho preventivo a partir dos 6 anos. ''Quando a criança inicia o ciclo da educação básica já é capaz de compreender melhor. Entretanto deve-se respeitar as particularidades de cada faixa etária e começar a prevenção pelo álcool e tabaco, que são drogas lícitas. Há uma pesquisa holandesa que afirma os adolescentes tendem a beber menos quando os pais impõem regras mais severas sobre o consumo de álcool'', destaca.
 
De acordo com ela, os pais não devem deixar o trabalho de educação e prevenção para a igreja e a escola e podem falar sobre drogas mais pesadas a partir dos 14 anos. ''Entre 10 e 12 anos, as crianças apresentam pouca curiosidade sobre as drogas. Nesta idade devemos fortalecer fatores de proteção ao uso como relações familiares afetivas, de intimidade e de segurança. Já aos 14 anos, os adolescentes têm habilidade de analisar mais criticamente algumas ideias e entender todo o contexto das drogas. Nesse momento os pais podem fazer referências a maconha, cocaína, crack e outras substâncias abertamente'', orienta.

Fonte: Instituto Innove

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