Estudo observou que jovens, após experimentarem
situações de exclusão, optam por atividades menos ativas
Exclusão: ao serem deixados de lado por outras crianças, jovens tendem a preferir atividades menos ativas |
Crianças que
são deixadas de lado por outras crianças, mesmo que por pouco tempo, tendem a
ser menos ativas. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido pela
Universidade de Kent, nos Estados Unidos, e publicado nesta segunda-feira no
periódico Pediatrics. A pesquisa é a primeira a analisar os efeitos do
ostracismo infantil na escolha das atividades físicas dos jovens.
O estudo
realizou duas sessões experimentais com 19 crianças, sendo 11 meninos e oito
meninas com idades de 8 a 12 anos. Em cada sessão, que durou 30 minutos, os
participantes deveriam jogar um videogame que simulava uma brincadeira com bola
virtual. Em uma sessão, o jogo estava programado para que as crianças
interagissem com outras, e na outra, para que nenhuma outra criança interagisse
com ela. Após cada jogo, as crianças eram levadas para um ginásio onde poderiam
escolher qualquer atividade que quisessem.
Os
pesquisadores observaram que, quando as crianças eram excluídas durante o jogo
de computador, elas passavam 41% mais tempo em atividades sedentárias no
ginásio, como fazendo desenhos, palavras cruzadas e lendo revistas, do que em
ativas, como pular corda, chutar uma bola de futebol em torno de cones ou
arremessar bolas de basquete. Essas crianças também tinham contagem 22% menor
no acelerômetro usado na pesquisa para medir a intensidade das atividades.
Entretanto, curiosamente, as crianças disseram aos pesquisadores que gostaram
das atividades pós-jogo da mesma forma, tendo experimentado ou não o
ostracismo.
De acordo com
Jacob Barkley, um dos autores do estudo, outras pesquisas haviam relacionado o
ostracismo com crianças que comem mais, mas esses novos resultados sugerem
outra explicação para como a exclusão leva à obesidade. "Essas descobertas
são preocupantes. A falta de atividades físicas e o engajamento em
comportamentos sedentários em crianças e adolescentes são relacionados com a
obesidade e com vários outros problemas de saúde", afirma Barkley
Fonte: Veja.com
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