Se a criança
usa a violência para chamar atenção, é preciso ter cuidado.
Brian Iwata
pesquisa comportamentos problemáticos.
Há momentos em
que ignorar uma criança é a melhor maneira de evitar que ela se torne violenta.
A premissa é de Brian Iwata, da Universidade da Flórida, nos EUA, especialista
em comportamentos problemáticos.
“O que
consideramos comportamento problemático é a agressividade e as autoagressões”,
explica o pesquisador, que veio ao Brasil para participar do congresso “Avanços
na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista”, da Escola São Paulo de
Ciência Avançada (ESPCA).
Iwata não
trabalha apenas com crianças autistas, mas elas são parte importante do grupo
que é estudado. Ele estima que cerca de 15% dos autistas apresentem
comportamento agressivo, e que outros 15% pratiquem autoagressões – “eles se
batem, se mordem e se arranham”, esclarece.
Recompensa
“Há uma
tendência na psicologia e na psiquiatria de colocar a causa do comportamento
dentro da pessoa. Nós [da corrente de pesquisa de Iwata] tendemos a procurar
fora da pessoa e descobrir o que, no meio ambiente, está mantendo esse
comportamento. Quase sempre há algo no meio ambiente”, aponta.
Para Iwata, o
que faz com que a criança continue com o comportamento problemático é o que ele
chama de “recompensa”.
“Quando as
crianças se machucam, os pais têm que dar atenção. O que os pais professores
fazem com frequência é dar atenção demais em resposta a esse comportamento. E
dão outras coisas: lanches, histórias, jogos”, conta.
Além da
recompensa, existe outro processo, que Iwata chama de "fuga". Se a
criança não quer fazer uma ação, pode se tornar agressiva ou se machucar para
não ter que obedecer.
“Em geral, ou
é algum tipo de recompensa ou é algum tipo de fuga”, diz o especialista. “Nós
tentamos descobrir qual é o caso para depois descobrir qual deve ser o
tratamento”.
Segundo Iwata,
os métodos de tratamento estão cada vez mais precisos e específicos para cada
tipo de comportamento e local onde é apresentado – em casa ou na escola. Ele
considera também que as avaliações estão sendo feitas com mais rapidez, o que
faz com que o comportamento das crianças seja tratado com mais facilidade.
Fonte: G1
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